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Mostrando publicacións desta data: abril, 2021

Eira XXIV : Douche uma rosa

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  Douche uma rosa Turra do fio co pensamento pecha os teus olhos cheira o momento Turra do fio mete-te dentro do meu coraçom da-me contento Turra o meu fio bico teus beiços viajo contigo no firmamento Douche um tesouro colhe-o co vento som teu amigo teu filamento Quando te deixo arde-me o peito som teu abrigo quero-te muito Se nom te vejo vivo com medo quando che falo por dentro tremo Douche uma rosa roja fermosa é a minha alma é a minha vida 🌟 Moradelha editora

Eira XXIII : Sossego

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  Sossego da Lua Coa minha Lua eu vivo em sossego, coa sua luz minha vida flutua. Ela é contente, eu feliz labrego, que sigue os seus ciclos a beira tua. É minha mareia que o medo anula, se ela brilha, eu sinto-me lúcido. Ao chiscar-me um olho, eu canto de rula, renova-me as ánsias, sinto-me espido. Quando lhe vejo o primeiro sorriso, sossega o meu espírito que medra e sobe a minha estima de improviso. Ensina-me a querer o que diviso, sento-me a olha-la dende uma pedra e rouba-me o coraçom sem prévio aviso. 🌟 Moradelha editora

Eira XXII : Meus olhos

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  Meus olhos reclamam-te 1 Os meus olhinhos tristes, eles sonham que dormem ao carom do teu peito, sintindo o teu coraçom. 2 Eles sonham que sintem o teu doce suspirar, um perfumado aire nas pechadas pálpebras. 3 Correr em pesca tua, pidem-me os meus olhos. Molham-me noite e dia, a tua face estranhando. 4 Co seu chorar acedo e ruivos rabeando, rifam comigo sempre e nom me querem nem ver. 5 Protestam e berram-me, pra que faga o esforço, de bulir a tua beira e eles poidam brilhar. 6 De nom morrer coa pena, meus olhos reclamam-me, que a vida nom é vida,  se nom vem à tua face. 7 Nom entendem as razons que o meu juizo lhes manda, som terquinhos luzeiros, querem a sua estrelinha. 8 Querem vivir no ceo onda sua rainha e brilhar noite e dia, sonham que som estrelas. 9 Ver coas suas duas meninhas o reflexo da Lua e sentir-se importantes, estando à beira tua. 10 Querem seu alimento, a tua bebida querem, o seu melhor sustento é a tua vida terem. 11 Aos meus olhos digo-lhes - nom podo mi...

Eira XXI : Servo

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  Servo Eu quero ser quem sempre lave os teus pés dipois de cada uma das tuas viagens e quem che prepare um banho bem quente, che ponha na tábua o reconstituinte. Quero pentear a tua cabeleira, ter-te no meu colo o tempo que seja, ler-te os contos que mais che cobizam, durmas-te nos meus braços ata a aurora. Agora nom viajas e atopo-me so. Paso as horas na fiestra, lendo a Homero, que aparezas de súpeto o que eu quero. Pois sonho contigo e numha vida nova. Morro apertar-te i estar a tua beira, quero bicar-te, minha primavera. 🌟 Moradelha editora

Eira XX : Sorriso carmesim

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  Sorriso carmesim Cousa algunha nom haverá no Mundo que se nos asemelhara ao teu sorriso, nem pode haver um meirande agasalho, que um pai poidera receber dum filho. É uma carabunha de cereija, origem da geraçom amorosa  de cerdeiras fermosas junto de nós, é do teu gen celestial o sorriso. Encherá de flores na primavera o nosso val do paradiso de amor, coa tua semente contaminadora, co teu vermelho pandémico sorrir. Meninha do rojo coraçom de mar, cereija de amar duma cor carmesim, a meninha que sempre hei de adorar, ata que iste Mundo remate ao seu fim. 🌟 Moradelha editora

Eira IXX : Voo da ánima

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  Voo da ánima 1 Um vento vagabundo soprando com rajadas, que nom sabe se assubiar ou mantenher-se em calma. 2 Coraçom latejando, que subido de tono vai desacompassado, repenica no peito. 3 O alento já cortado, e a ánima penando loita co raciocínio, que é indominável. 4 Um repouso imposível de amor incomprensível, do ideal sempiterno, onírico desejo. 5 Vento morno ladeado, que súpeto é frio, subindo polos meus pés, refrescando-me o corpo. 6 Arrepiado já o peito e já todo relumbra, há luz arredor de mim e eu quedo sem forças. 7 Forças que nom preciso, já nom peso, flutuo e fico-me geado, som fume congelado. 8 Já som nuve de vapor, estoupou-me a ánima, agora sem ver vejo  e já vejo sem mirar. 9 Já cos olhos pechados vejo correr o Mundo, diante de mim passando, mais o tempo nom passa. 10 Ja passam os músicos e vam passando os verbos. O tempo está detido, já caminha o siléncio. 11 Já bico o Universo tam belo e infinito, algo inimaginável, som maravilhas sem fim. 12 Já habito no de...

Eira XVIII : Branco amor

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  Branco amor 1 A branca neve, a branca paz e o branco filho do Mundo, tam fermoso. Branca alegria dum rapaz co seu coraçom espido, e ditoso. 2 Branco pam de cada dia,  de branca milha farinha, quem m'o dera. Que a sede coa tua ambrosia, pra saciar a boca minha, quem poidera. 3 Branco luar no alto de Trelle que vé fumegar o meu lar, alumiando-o. As luzinhas de Cartelle, ao longe semelham um mar, latejando. 4 A primavera de jasmins, de rosas brancas luzindo, na portelha. Cheios de cores os jardins, pouco a pouco vam saindo, em parelha. 5 Há nuvens brancas no ceo, no ar bolboretas brancas e cheira ao mar. Sentado, meu libro leio, no meu corredor com dous cás, no calcanhar. 6 Branca luz que sae das augas, relumbra em arcos da velha, meu coraçom. Sentado nas tuas enáguas, sintindo essa maravilha, minha beiçom. 7 Alá na Pedra furada ve-se a silhueta do Mundo, como um tigre. No clarom do luar deitada, a minha meninha espida, meu milagre. 8 Ouveando-lhe ò Sol a loba, ardendo o ceo em...

Eira XVII : Eu caminho pola tua man

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  Eu caminho pola tua man Sonhei que canda ti ía, por um caminho de terra. Ti levavas-me pola man para que eu nom me perdera. Ti cum celeste paninho, envolto no teu pescoço e a chambra verde de linho. Sonhava que era o teu moço. Cancinho que quere um dono, sem se mover da tua beira, parmado mirando um pano, contente coa companheira. Quando ti das um pasinho, tamém dou um atrás de ti e suspira o meu focinho, quando miras de cara mim. Pranto-me diante à tua casa, esperando que ti saias, para ao teu pé caminhar, en quanto che vejo a saia. A tua face sorrinte acende a luz do meu dia i espero à tua poesia,  pra mantenher-me contente. Debuxo co pensamento a tua estrelinha no ceo. Embriago-me nos teus olhos, so me cobiçam teus beiços. E pouso-me no teu colo, som um cancinho sem dono, que no sabe caminhar so, que so caminha contigo. E tam so me presta a tua man, so quero a tua companhia. Nom pararei de caminhar, sempre pola beira tua. *** Moradelha editora