Eira XVII : Eu caminho pola tua man


 Eu caminho pola tua man


Sonhei que canda ti ía,
por um caminho de terra.
Ti levavas-me pola man
para que eu nom me perdera.

Ti cum celeste paninho,
envolto no teu pescoço
e a chambra verde de linho.
Sonhava que era o teu moço.

Cancinho que quere um dono,
sem se mover da tua beira,
parmado mirando um pano,
contente coa companheira.

Quando ti das um pasinho,
tamém dou um atrás de ti
e suspira o meu focinho,
quando miras de cara mim.

Pranto-me diante à tua casa,
esperando que ti saias,
para ao teu pé caminhar,
en quanto che vejo a saia.

A tua face sorrinte
acende a luz do meu dia
i espero à tua poesia, 
pra mantenher-me contente.

Debuxo co pensamento
a tua estrelinha no ceo.
Embriago-me nos teus olhos,
so me cobiçam teus beiços.

E pouso-me no teu colo,
som um cancinho sem dono,
que no sabe caminhar so,
que so caminha contigo.

E tam so me presta a tua man,
so quero a tua companhia.
Nom pararei de caminhar,
sempre pola beira tua.

***





Moradelha editora



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