Eira XXII : Meus olhos
Meus olhos
reclamam-te
1
Os meus olhinhos tristes,
eles sonham que dormem
ao carom do teu peito,
sintindo o teu coraçom.
2
Eles sonham que sintem
o teu doce suspirar,
um perfumado aire
nas pechadas pálpebras.
3
Correr em pesca tua,
pidem-me os meus olhos.
Molham-me noite e dia,
a tua face estranhando.
4
Co seu chorar acedo
e ruivos rabeando,
rifam comigo sempre
e nom me querem nem ver.
5
Protestam e berram-me,
pra que faga o esforço,
de bulir a tua beira
e eles poidam brilhar.
6
De nom morrer coa pena,
meus olhos reclamam-me,
que a vida nom é vida,
se nom vem à tua face.
7
Nom entendem as razons
que o meu juizo lhes manda,
som terquinhos luzeiros,
querem a sua estrelinha.
8
Querem vivir no ceo
onda sua rainha
e brilhar noite e dia,
sonham que som estrelas.
9
Ver coas suas duas meninhas
o reflexo da Lua
e sentir-se importantes,
estando à beira tua.
10
Querem seu alimento,
a tua bebida querem,
o seu melhor sustento
é a tua vida terem.
11
Aos meus olhos digo-lhes
- nom podo mirar atrás.
Luzes veredes diante,
som as que miraredes.
12
Um caminho traçado,
sem poder festar atrás.
Ve-lo ahí diante de vós,
alumiando os meus olhos.
13
Dando um rodeio um dia,
poderia aconteceder,
que em qualquer revolta,
apareza o nosso Bem.
14
Será entom quando o sonho,
que sonhavam meus olhos,
vejam a tua mirada
i atopem ao seu dono.
🌟
Moradelha editora
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