Eira XXVIII : In saecula saeculorum
In saecula saeculorum
*
Polos séculos dos séculos
correm meninhos polas airas,
agora erma de trigos,
sem espigas centeias,
sem malha algunha pra bater.
Sem chancos nem lama,
sem carros de vacas,
sem prensa do augardenteiro
nem fumegar do bagazo.
Nom há lume nim pota
na adega da aira,
nem homes á conversa
ao quente da espera
do espírito nascente.
Nem nenos parmados
olhando no faiado
a serpentinha sem fim,
por ver se já pinga.
Há hoje cem anos
que duos gémeos nasceram
no cruceiro de Santomé,
filhos da costureira
e de Manoel Monea.
🌟
Santo Tomé, 24 de Janeiro de 2022
Moradelha editora
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