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Mostrando publicacións desta data: marzo, 2021

Eira XVI : Campá de cristal

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  Campá de crista l Meninha de Deus 1 Encolhida numha campá de cristal, tapava coas mans as suas duas orelhas, pois tinha os seus tímpanos rebentados de tanto ouvir conselhos. 2 A cabeza ardendo polos recordos, a coitada pedia socorro ao ceo. Como lamentos voavam as bágoas na casinha de cristal. 3 Loitando a berros e choros coas ondas, esperava um milagre, alí pechada,  que lhe devolvera as suas arelas e as suas ás nas costas.  4 Apareceu como vento de estrelas uma fermosa folha de aziveira, que tinha as suas beiras coma diamantes, e cor da esperança a pel. 5 Furando a campá, sem a rachar sequer, sete puntas, sete agulhas brilhantes, folha de azivre com lume amarelo, pousou-se-lhe no peito. 6 Ela liberou as mans dos ouvidos, dando-lhe entom à folhinha agarimo, deixou de escuitar aqueles sonidos, cum siléncio harmonioso. 7 Ao parar aquel horrível tormento, a campá de cristal volveu-se de ouro, dando a volta em redondo coma cunca, sem mover a meninha. 8 Dum divino ninho, El...

Eira XV : Lua de primavera

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  Primeira Lua de primavera Nunca fai frio de noite, sentados na beira do mar e nós colhendo-nos as mans. Nunca fai frio de noite, deitados na húmida area, nós juntando-nos os beizos. Nunca fai frio de noite, agarimados no luar, nós mirando-nos ós olhos. Nunca fai frio de noite, porque é o que eu sempre sonho as noites de primavera. *** Moradelha editora

Eira XIII : Onírica viagem

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  Onírica viagem Pola noite, entranto durmas espida, atracará a minha mágica nave no coraçom dos teus sonhos, na cima. Entrará por um dos teus calcanhares, enchendo de luz e paz a tua alma, disolvendo a seu paso os teus pesares. O teu divino sonho, alimentarei, coa eséncia do amor mais puro que existe e o meu espírito habitará em ti. *** Moradelha editora